Um momento, um riso, um prazer, e tudo se desfazem quando sua miragem vagueia por mim. Lembrei-me da chuva, das canções ameaçadoras que nos perseguem, as novas letras, as folhas rasgadas, o nascer do sol, o destino traçado. Dei-te um nome, e muito mais. Não poderia viver nada sombrio naqueles tempos em que baixei sua máscara.
Estes vendavais separaram nossas mãos, e meu coração sangrou ao ver tua face. Cada parte de mim se retorcia, partindo dali de olhos fechados.
Seu fantasma rodeia meus sonhos, assombra minhas noites.
Enquanto caminho, uma mão se estende. É você, torturando-me por mais um dia, revelando todo o meu interior, me fazendo tocar seu coração. Ainda ouço sua voz cansada chamando por mim, ainda carrego seu rosto turvo nos meus pensamentos, ainda vejo você naquele deserto noturno, onde te encontrei a primeira vez. E essa neblina é tão ofuscante, que me perco, e me afogo no tempo.